22/04/2008

Infância sem drogas

Pesquisa da Secretaria Nacional Antidrogras (Senad) e do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) mostra que, no Brasil, adolescentes entre 12 e 17 anos tem facilidade de acesso a drogas. De acordo com o II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, realizado em 2005, 7,8% dos jovens entrevistados já foram abordados por pessoas oferecendo agentes psicoativos.

Os pesquisadores ouviram quase oito mil brasileiros de 108 cidades com mais de 200 mil habitantes. Cerca de 23% confessou já ter feito uso de drogas, desconsiderando o álcool e o tabaco. Além disso, 55% dos entrevistados disseram já ter experimentado bebidas alcoólicas e 7,7% afirmaram ser dependentes. Outros 18,4% já provaram tabaco e 2,4% reconhecem ter dependência.

O fácil acesso a drogas não é o único problema que afeta os jovens do Distrito Federal. Eles também são atingidos pela violência. Conforme o estudo Saúde Brasil 2006 – uma análise da situação de saúde, elaborado pelo Ministério da Saúde, o Distrito Federal é a quinta região do País onde crianças e adolescentes têm mais chances de morrerem assassinados.

Atuação – Diante deste quadro, o MPDFT tem tomado medidas para combater o consumo de drogas por crianças e jovens. A Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude (PDIJ) pretende mudar as estatísticas por meio do projeto Prevenção e Controle do Uso de Substâncias Psicoativas por Crianças e Adolescentes do Distrito Federal. É o que afirma o Promotor-Chefe, Renato Varalda. “O plano propõe atuação em várias frentes simultaneamente, desde fiscalizar estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas até articular políticas públicas, sensibilizando a sociedade sobre o tema”. Ele destaca ainda que o consumo de drogas está diretamente ligado à violência. “Muitos dos jovens que praticam infrações e estão em situação de risco são usuários de drogas”, afirma.

De acordo com a Promotora Jaqueline Gontijo, um dos focos da iniciativa é a construção de um centro de atenção psicossocial especificamente voltado para o atendimento de crianças e adolescentes envolvidos com álcool e drogas. “O DF ainda não possui um centro assim. Oferecer tratamento diferenciado é fundamental para a recuperação desses jovens em situação de risco”, afirma.

A própria PDIJ conta com uma equipe de psicólogos que atende crianças e adolescentes em situação de risco e que realiza palestras para orientá-los. “É preciso lembrar que o MPDFT está atento às políticas públicas de prevenção de novos casos de dependência de agentes psicoativos. Estamos sempre monitorando as ações do governo distrital neste sentido”, conclui Jaqueline.

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